Eu, a minha vida e o resto....

Mais uma vez foi posta à prova a minha resistência física e emocional...a segunda vez este ano...Desde que engravidei tenho tido todos os problemas de saúde e mais alguns...descobri que não sou de ferro, que sou de carne e osso e que a nossa vida é muito mais vulnerável que aquilo que pensamos, que não lhe damos o valor que ela de facto tem...Se tenho medo de morrer? Tenho muito, muito mesmo. Sei que é o que temos de mais certo, mas agora que fui mãe, este medo torna-se ainda maior. 

Nestes últimos tempo passei por aquilo que nunca pensei passar, estar dependente de terceiros para fazer as tarefas básicas do dia-a-dia como tomar banho, comer e até precisar de ajuda para respirar. Tenho pedras na vesícula e fora dela (ou pelo menos tinha) e fui fazer um exame, uma pequena intervenção que implicava o internamento de 24h. As coisas complicaram-se e andei pelos cuidados intensivos de dois hospitais.Apesar das dores que senti, o que mais me custou foi estar longe do meu filhote. É uma dor que faz doer a alma, uma coisa inexplicável, uma dor que nunca pensei sentir...Chorei, sim, chorei muito desejando que tudo passasse rápido para voltar para o pé do meu filhote. Enquanto tive nos intensivos não tinha qualquer contacto com o exterior a não ser através do meu marido. É mau, mesmo muito mau, os dias custavam a passar, a minha companhia era o relógio que estava em frente à minha cama e lá ia contando os minutos até à hora da visita, que era limitada a dois familiares.

Passado tudo isto, fiquei com uma pequena lesão a nivel respiratorio que vai lá com fisioterapia. Depois...ainda vem o pior...a cirurgia para retirar a vesicula :(

Em relação ao meu piqueno, desde a última vez que escrevi aqui ele aos 8 mesitos passou para o quartinho dele. Já o devia ter feito antes, mas como ele já dormia a noite inteira, achei que quanto mais tarde pior. Adormecia sozinho e só acordava de manha antes de ir para a creche. No entanto, com esta ausência da mãe houve uma pequena regressão aos 9 meses. Sempre foram 15 dias em que não estive presente e eles, mesmo pequeninos sentem a nossa ausência. Quando o vi pela primeira vez depois da minha hospitalização tivemos que fazer o reconhecimento novamente, porque ele ficou magoado comigo, porque para ele eu simplesmente fui "largá-lo" ao infantario e buscá-lo 2 semanas depois. Agora que regressamos a casa, ele assim que o deito na caminha dele chora, e só adormece no meu colo :(

No entanto, apesar de aos 9 meses ainda não ter dentes já gatinha, já dança ao som da música, e diz "mamamama" (seja lá o que significa para ele, para mim é muito agradável de ouvir), quando está a comer diz "papapapa". Está a crescer o meu menino